De Caruaru a Gramado - Entrevista com o Cineasta Éder Deó.

Éder Deó é roteirista e cineasta natural de Caruaru, PE. Éder é um daqueles exemplos que dá vontade de seguir. Garoto simples, do interior que tinha o sonho de fazer cinema.
Éder conversou comigo um pouquinho sobre seu novo curta-metragem "O Balido Interno" que foi selecionado, entre outros, para o Festival de Gramado, o mais glamuroso do país.
Ele faz parte de uma nova geração de cineastas que estão chegando sem pedir licença para conquistar seu espaço no mercado.

Você é um cineasta independente da cidade de Caruaru, Pernambuco que chegou no Festival mais prestigiado do país em Gramado. Conta um pouco como foi a sua jornada desde o início desse projeto até o Festival.
Eu sempre fui apaixonado por cinema. Sempre. Ser diretor foi a primeira coisa que eu quis ser quando era pequeno.Como cinema era algo muito distante de minha realidade, eu comecei a fazer ensaios fotográficos que contassem uma história. Depois entrei no ramo da publicidade e foi aí que conheci muitas pessoas do áudio visual. Em 2016, me convenci que precisava gravar meu primeiro curta metragem, mas como não tinha dinheiro ou apoio financeiro, precisava de uma história fácil de gravar, mas que passasse uma mensagem importante e fosse criativo. Foi quando escrevi IMERSO e participei pela primeira vez de festivais aqui pela região e levei prêmios de Melhor Filme, direção e roteiro. Ainda inquieto, comecei pensando no meu próximo passo dentro do cinema, e foi aí - em meados do final de 2017 que comecei a escrever O Balido Interno. Consegui apoio de uma produtora grande e um orçamento pelo FUNCULTURA. Após a finalização do filme, inscrevi ele em alguns festivais, entre eles o de Gramado. E aí recebi o resultado da seleção oficial com uma alegria e surpresa enorme. Por mais que goste do resultado do filme, eu não esperava que chegaríamos ao festival mais prestigiado do país ao lado de grandes produções e diretores veteranos. Muitos jovens sonham em iniciar carreira, mas dão de cara com vários obstáculos, principalmente nas cidades do interior. Qual o conselho que você dá para eles?
O primeiro conselho é nunca desistir. Se realmente é seu maior sonho, agarre-se a ele. Eu tive todos os motivos pra desistir ao longo do caminho pra fazer meu primeiro curta, mas sempre mantive a chama acesa e o foco em dar meu primeiro passo. O segundo conselho é esse: dê o primeiro passo. Seja crítico com você mesmo. Faça e refaça. Depois que você der o primeiro passo, não haverá mais volta. É viciante. É sempre interessante saber como nascem os sonhos. Como é o seu processo criativo da idéia a execução do filme?
Eu me habituei a andar sempre com um caderno de anotações. Anoto várias ideias. Muitas morrem, outras ficam de molho. Quando vejo que tenho uma boa ideia para uma história e que ela atinge os pontos que eu acho interessante em um filme abordar, me debruço sobre ela e começo a desenvolver. Se você pudesse voltar no tempo e escrever um grande clássico do cinema (tomar pra si a autoria) que filme você escreveria e por que?
Seria 2001: Uma Odisséia no Espaço do Kubrick. Esse foi o filme que me despertou de vez para o universo mágico do cinema. Acho ele uma das obras mais incríveis do cinema que inspirou várias gerações e uma gama de artistas como David Bowie a fazer Space Oddity. Qual o seu maior sonho na profissão?
Ser reconhecido no meio do cinema, poder viver apenas disso e inspirar pessoas. Posso ir além? Trazer um Oscar para o país. Quem são alguns de deus ídolos e influências?
É uma lista longa, mas Stanley Kubrick, Alfonso Cuàron, Darren Aronosky no cinema poderiam sintetizar essa lista. Steve Jobs me inspira por sua inquietude em querer revolucionar. Agora que você chegou em Gramado, qual é a próxima fronteira que você deseja quebrar?
Eu não consigo pensar em uma fronteira exata para quebrar, mas quero ver meus filmes indo cada vez mais longe, conquistando cada vez mais coisas e públicos. E que isso sirva de inspirações para pessoas como eu que quando era criança não conseguia enxergar possibilidades de poder fazer as coisas serem diferentes para conquistar os sonhos.

E você? Vai ficar parado ou vai fazer como o Éder e correr atrás do que é teu?
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