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Meio é Mensagem!


Desde que o habito de contar histórias existe, tivemos uma evolução considerável de como está é feita. Das conversas em volta de uma fogueira, ao rádio, TV e os games. Não importa como, sempre tivemos histórias para contar, sempre há uma mensagem, mas o meio em que ela é vinculada pode mudar como ela é contada.

O gênero folhetim, que já está intrínseco na história brasileira é um bom exemplo de como podemos demonstrar essa evolução. Começou com a troca de cartas, foi para o jornal, do ultimo foi adaptado em livros, e então tivemos a novas tecnologias, o rádio, as fotonovelas e por fim a televisão. Um gênero que sobreviveu ao tempo, se adaptando a cada novo meio de comunicação, mesmo que estes possuíssem limitações. Limitações como a do texto, que depende da imaginação do leitor, o rádio que não possui imagem ou a fotonovela que não possui som, e a TV que juntou os dois.

Entende onde eu quero chegar, todos os meios possuem uma restrição, e cabe o roteirista contorna-la de forma criativa e extrair o máximo que ela pode oferecer. Na comunicação a frase “Meio é mensagem” tem muito a nos dizer, isto significa que temos que adaptar nosso dialogo ao meio, já que esse é soberano ao outro. Veja, um filme de 2 horas deve ter tudo o que precisamos para entende-lo em 2 horas, o que pode deixar corrido o processo de construção de personagens. Se temos uma passagem de tempo de 3 anos, onde acontecimentos significativos afetam o protagonista, muito provavelmente no filme ficará largado, confuso ou usará excessivamente de flashbacks.

O mesmo cabe a televisão, que mesmo tendo o aporte para narrativas mais longas, ainda sim tem seu limite de tempo, os intervalos que podem distrair o espectador e demanda-lo, ou a incerteza do arco dos personagens. Por isso um roteirista que esteja desenvolvendo uma série deve já pensar no futuro desta, e não se deixar ser levada por ela. A TV também tem suas ramificações, não podemos colocar uma série com nudez e violência explicita no horário nobre das redes abertas, da mesma maneira que uma novela não pode ser vinculada em uma emissora fechada com foco nas classes C e D, ao qual não consomem está.

Um roteirista deve escolher a emissora do seu projeto, seu cliente, seu público, antes de escrever o primeiro tratamento do seu piloto. Provavelmente em algumas faculdades o professor proclame que o roteirista é um artista, e que não é dever dele se preocupar com estes assuntos, mas deixe-me dizer, um roteirista é além de um artista, um vendedor, negociador e um empreendedor do seu próprio projeto, seu principal objetivo é transformar ideias em palavras e palavras em dinheiro.

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