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Docudrama: Realidade e Ficção


O Docudrama é um gênero que vem se popularizando na televisão em todo o mundo, séries como Vikings, O Ultimo Reino, até produções brasileiras, como o filme recente 10 segundos para vencer que retrata a trajetória de Éder Jofre. Vamos entender um pouco mais sobre a estrutura de uma série de docudrama, e como a ficção interage com elementos históricos.

Fato é que quanto maior for a distancia temporal dos acontecimentos históricos, maior será a ficção, devido a falta de registros, escritas conflitantes, dramatizações, perda de escrituras, etc. Esse poderia ser um empecilho ao roteirista que fosse escrever sobre estes acontecimentos, não fosse a liberdade artística dada para preencher estas lacunas. Vamos pegar a série Vikings. Os próprios nórdicos não registraram seus feitos, ou se o fizeram estes registros foram perdidos, tudo que temos hoje em dia são aqueles feitos por outros povos, que podem facilmente ser confundidos por sua própria visão racista, descrevendo-os como um povo selvagem, antiético e longe de Deus. Hoje sabemos muito bem que eles possuíam sua própria religião, que foi radicalmente introduzida a uma Inglaterra conquistada. E foi apoiando nesta religião que a série Vikings preencheu as lacunas históricas, introduzindo motivações que não sabemos se realmente existiram, mesclando com parcimônia o que estudamos hoje em dia sobre o povo. Criando uma falsa sensação de verossimilhança, sendo que boa parte da história ou foi ocultada ou modificada.

Séries como Vikings são consideradas docuficções, pois adicionam elementos ficcionais como as divindades, visões e personagens que não existiram para injetar maior dramaticidade aos eventos, tornando-o mais atrativo a audiência.

Claramente o publico não liga para os fatos ou proximidade com a realidade, eles querem entretenimento. Mas existe séries que se importam com isso, como a série baseada nos livros de Bernard Cornwell, que como entusiasta pela história da Inglaterra anglo-saxônica estudou para diminuir as distancias entre o que foi realidade e ficção, adicionando um personagem fictício como um observador dos fatos.

Agora, retomando o que foi dito acima, quanto mais recentes os registros, mais facilmente a história baterá com a realidade, podendo servir de criticas a uma sociedade moderna. Temos por exemplo a série brasileira, O Mecanismo, que reconta fatos da década passada até o começo desta, apoiando-se em registros que todos tivemos acesso na atual época da democratização da mídia. E apesar de recontar fatos recentes, ainda mascara um pouco, principalmente por causa da polemica de nomes envolvidos na politica atual. Se encaixando como o docudrama, que remonta fatos através da dramatização. Ou seja, usando atores.

Docudrama é um gênero presente na nossa indústria atrelada a nossa história humana e política, serve principalmente para nos entreter usando artifícios da realidade datada. Qualquer roteirista pode escrever sobre estes acontecimentos, pois a história não tem direitos autorais, o que foi feito estará sempre marcado, agora puxando para o lado artístico do roteirismo, é nosso dever como artista preservar a historia e promover criticas usando ela. Se não estaríamos constantemente cometendo os mesmos erros, tentar ignora-la é abrir portas a ignorância e ao retrocesso. Voltando ao lado empreendedor, séries históricas geram grandes audiências, são de interesse do grande publico, as classes altas assistem por retratar temas políticos, as classes baixas veem pela violência e pelo drama, contudo são caras de se fazer, são considerados os maiores orçamentos dentro da indústria audiovisual. Se você pretende escrever uma série de docudrama terá que se preparar para ouvir muitos nãos. Tem interesse em escrever um docudrama? Conta para nós lá no nosso grupo do Facebook.

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