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A Jornada de uma Roteirista



Bruna Skrzypek Badalotti é roteirista que se formou junto comigo na VFS, além de uma editora de mão cheia. Aqui ela compartilha conosco um pouco da experiência dela na VFS e a nova vida como roteirista. A jornada de Bruna serve para inspirar e motivar todos os que lêem esse blog e sonham em conquistar sua carreira mundo afora. Não é impossível, só requer um esforço gigante e uma força de vontade descomunal. Espero que a história da Bruna ajude a clarear os horizontes de quem ainda tem dúvida de que caminho seguir na carreira.


Por Bruna Skrzypek Badalotti:


“Há três meses eu me despedia de uma das experiências mais incríveis da minha vida. Com um aperto no coração eu caminhei pela última vez ao longo dos corredores da VFS, lugar que virou minha casa por aquele ano.


Essa jornada começou muito antes de eu comprar minha passagem para Vancouver. Quando eu ainda estava nos semestres finais da faculdade eu já sabia que queria muito fazer um curso de especialização no exterior, mas ainda precisaria pesquisar mais e me preparar para o momento. Me formei em Publicidade e Propaganda e logo comecei a trabalhar com cinema e TV, em especial na área de montagem. Tive a oportunidade de ser assistente de um montador muito fera – o Alfredo Barros – e foi na ilha de edição, ao assistir ele remontar a ordem de um piloto de série, que me caiu a ficha: Roteiro. É isso.


Me dei conta que a montagem me fascinava porque ela é a escrita de um novo draft da história. Fiquei curiosa e motivada para aprender ainda mais sobre essa arte incrível e decidi procurar por cursos de roteiro. Ao final da minha pesquisa eu estava dividida entre duas possibilidades: o curso de roteiro da UCLA Extension e o da VFS. Conversei com alumnis da segunda que me aterrorizaram sobre quão puxado seria o curso e as poucas horas de sono que eu teria. Era exatamente o que eu queria.


Em Agosto de 2016, Middle Earth virou Vancouver e eu sai como um hobbit Baggins em direção ao avião: I’m going on an adventure! – com apenas uma breve pausa para choros, despedidas e alfândega. Foram poucos dias de adaptação e logo eu já estava conhecendo a minha turma WR53 e começando as primeiras aulas e workshops com eles.


O curso da VFS é dividido em seis terms de dois meses e isso é interessante porque mantém uma velocidade intensa de aprendizado. Outro quesito que eu gostei é como existem duas modalidades de aulas: lectures ou workshops. As lectures são as aulas mais tradicionais, com o professor explicando conteúdos teóricos e dando atividades para fazermos em casa – que poderiam ser leituras de roteiros, análise de estrutura, criação de monólogos de personagens, etc. Elas são mais presentes nos primeiros terms do curso, justamente para que os alunos possam ter embasamento para desenvolver os seus roteiros.


As aulas workshops vão aumentando mais e mais ao longo do curso, e elas são o principal diferencial de por que fazer esse curso presencial. Nelas, os alunos são divididos em grupos menores – entre quatro e oito – e cada aluno traz semanalmente ou quinzenalmente o seu projeto conforme a cadeira, e este é debatido entre os colegas e instrutor por um dado tempo. Isso é uma fonte de aprendizado que não tem comparação. Eu aprendi e muito, não só quando era o meu roteiro sendo discutido, mas quando eu tinha que trazer notes e contribuir no trabalho dos meus colegas. Por causa dos workshops eu aprendi a pensar criticamente, a oferecer soluções, a praticar e desenvolver o meu “e se”. Aprendi muito observando como o meu instrutor ou colegas abordavam um roteiro, que perguntas e sugestões eles traziam, e aprendi mais ainda praticando – tanto na escrita quanto na análise. Ao colocar em uso essas habilidades constantemente elas se tornam naturais e cada vez mais precisas.


A partir disso vocês já devem ter notado: as pessoas são uma parte essencial desse curso. Tem instrutores que eu admiro muito, como pessoas e profissionais, e que me inspiraram de um jeito que eu sempre vou levar comigo. Os instrutores são profissionais do mercado que trazem muito conhecimento com eles e são super abertos a conversar com os alunos, em especial os que demonstram interesse genuíno. Em relação aos colegas, fiz laços de amizade que são para a vida e, com algumas, nós até mesmo estamos mantendo um workshop de roteiros de animação via chat do FB – elas lá em Vancouver e eu aqui do outro lado do hemisfério.


No momento estou morando em Porto Alegre, definindo quais são os próximos passos da minha trajetória – se é aqui, São Paulo ou quem sabe voltar ao Canadá. O mercado brasileiro me parece estar em um bom momento, até mesmo melhor do que Vancouver na parte de roteiro. A percepção que eu tenho é que em Vancouver há muita produção e pós-produção, mas muitos dos roteiros vêm de salas de roteiristas de Los Angeles. Já no Brasil contamos com portas abertas para a produção nacional, a própria Netflix divulgou que quer aumentar o número de produções brasileiras. Com uma notícia dessas o mínimo a fazer é seguir criando, escrevendo, reescrevendo e procurando as oportunidades!... e reescrevendo novamente.”


Gostou? Eu vou trazer sempre os relatos de outros roteiristas para que vocês tenham acesso a outros pontos de vista. E pra quem quiser entrar em contato com a Bruna para saber mais, pode fazê-lo através do e-mail bruna.skrz@gmail.com.


Até a próxima!



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